Hoje senti a necessidade de escrever
sobre um tema que me chamou atenção, atualmente eu e minha mulher estamos
“grávidos”, fomos abençoados com o poder de gerar uma nova vida, porém já
dizia o tio Ben do filme O Homem Aranha: -Com grandes poderes vem grandes
responsabilidades! E pensando bem a grande responsabilidade está em educar um
novo ser e não em simplesmente gerar uma vida, Preocupado com a nova
responsabilidade comecei a buscar informação sobre educação de filhos, assim
comecei a ler um livro fantástico, indicado por muitas pessoas chamado Quem ama educa. Autor Içamitiba.
Minha
visão sobre educação vem mudando ao passar das páginas lidas, porém em
determinado ponto do livro o autor faz uma classificação das gerações passadas
e atuais e as define com alguns nomes que caracterizam cada geração. A minha
geração foi definida como geração ZAP,
e explica que essa geração foi a que cresceu com o controle remoto em mãos, a alta
tecnologia da época dava o poder de mudar os canais sentado em sua poltrona ou
caminhando(Zapeando) pela sala, ou seja, se o detentor do controle remoto gosta
de um canal ele assiste, caso se canse ou não se interesse mais por aquele
canal o simples toque dos dedos muda de canal e vai para outro canal no qual possa
agradar-lhe.
E foi desta prática inocente que gerou o
grande problema dessa geração, as pessoas perderam a capacidade de reagir
diante das frustrações ou problema que a vida impõe. Não é raro observarmos as
seguintes situações, caso o cidadão passe a não gostar do emprego por um pequeno
problema, ele não faz tentativas de solucionar o problema o cidadão segue uma buscar desesperada a procura
de um emprego “melhor”. Isso acontece com empregos, namoros, casamentos, etc.
Essa geração se acostumou a quantidade e não com a qualidade assim como a
superficialidade.O valor das pessoas está muito mais no ter e, principalmente, no aparentar do que no ser.
O ponto negativo é que fazemos parte
dessa geração e que essa influência amarga atinge todos os ambientes em que
vivemos, inclusive o da capoeira que luta exatamente contra o individualismo,
pregando a sociabilização e muitos outros valores conhecidos por nós que amamos
essa arte. Por muitas vezes percebemos que com o passar dos anos nossas
responsabilidades (deveres e direitos) aumentam, um processo natural de
evolução que não existe só no mundo da capoeira e sim em todos os seguimentos
de nossas vidas, profissional, familiar, social. Porém algumas pessoas passam a
não entender isso com tanta clareza e por mais que o seu orientador (professor
ou mestre) esclareça, existe uma barreira pela qual não consegue ou não se
interessa supera-la, pois esse grupo de pessoas aprenderam ou foram
condicionadas que mudar(sair) é mais conveniente do que assumir novas
responsabilidades e evoluir como ser humano e capoeirista. Sabemos que com a
chegada das redes sociais (Facebook, What´s up, Twitter), nossa geração não
recebeu uma educação apropriada para usá-las, e com isso vem os excessos. E com
as redes sociais percebemos também uma necessidade de aprovação e
reconhecimento por tudo aquilo que fazemos no dia-dia, treinos, alimentação,
estudos, família, etc. Ou seja, existe uma exposição desnecessária e muitas
vezes perigosa da vida particular, ainda vem o pior a necessidade de que temos
que sermos melhores em detrimento ao outro, seja amigo, colega, desconhecido ou
como diria o Instr. Boa Voz em uma de suas músicas um ex- amigo.
Acredito que a busca deve ser no
sentido de obter um pensamento mais proativo ao ponto de entender que devemos
ser melhores em detrimento de nós mesmos, buscando assim superar nossas
deficiências, ao contrário de visualizar e julgar as deficiências do próximo.